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domingo, 2 de maio de 2010

ABSURDO: Hospital Santa Izabel sem médico plantonista no domingo; meu pai foi ignorado e eu chamei a POLÍCIA

DETALHES DE UM SISTEMA DE SAÚDE FALIDO, IRRESPONSÁVEL, PORCO!

Neste domingo, dia 02/05/2010, estava em casa, pela manhã, vendo as notícias na internet. Meu pai , de 69 anos, sentiu-se mal, pois, mesmo com vontade de urinar, não conseguia. Já teve esse sintoma antes. Para não piorar a situação, minha irmã e eu o levamos para o Hospital Santa Izabel (foto acima), no centro de Cabo Frio. Meu pai é portador de AVC (Acidente Vascular Cerebral), tem sequela nos membros inferior e superior direito, anda com dificuldade apoiado em uma muleta. Chegamos ao hospital, por volta das 10h30, e nos dirigimos à recepção para adiantar o atendimento e o preenchimento do registro. Enquanto minha mãe acompanhava meu pai até uma cadeira, gentilmente cedida por um acompanhante de paciente, estava eu no balcão agilizando a documentação para preenchimento da ficha de consulta.

Neste interim, meu pai sentiu vontade de ir ao banheiro; foi quando pedi para que minha irmã ficasse no balcão prestando as informações necessárias no preenc
himento da ficha de consulta enquanto eu acompanhava meu pai ao banheiro. Aguardando meu pai na porta do banheiro, ele disse que não conseguia urinar. A situação não era inédita, pois já havia acontecido por duas vezes, e o socorro, nas vezes anteriores foi exatamente no Hospital Santa Izabel. Acomodei meu pai na cadeira e fui ter com a recepcionista, falando: "Por favor, peço para que você veja a possibilidade do atendimento prioritário do meu pai, pela idade e pela situação emergencial!". A atendente , sem olhar para mim, repondeu dizendo que "quem vai dizer a prioridade é a doutora que irá atendê-lo". Imediatamente informei que a determinação pela prioridade não é da doutora, e sim da Lei. Falei ainda que a doutora não está acima da Lei!

Percebendo que a funcionária nada fazia e sequer perguntou qual era a urgência do meu pai, perguntei qual era a pessoa responsável pelo hospital naquele momento. A funcionária me respondeu dizendo que não tinha essa informação para dar. Perguntei sobre o médico que iria atendê-lo. A funcionária disse que ele estava a caminho. Espantando com a situação, vendo meu pai sentindo dor, precisando de uma sonda urgente, pois não conseguia urinar, e com a informação da funcionária de que não tinha médico, falei para a funcionária: "Você não quer
atender a prioridade... se não o fizer, vou chamar a polícia!". A funcionária, com ironia e ignorando toda a situação, simplesmente disse: "PODE CHAMAR!". Diante da falta de preparação, do descaso, e do péssimo tratamento, como se a gente fosse animal, não tive outra alternativa, senão, atravessar a rua, e de um orelhão, discar 190. Prontamente atendido ao telefone pelo Cabo Coelho, informei a gravidade da situação que estava ocorrendo, disse o local onde eu estava, e recebi a informação de que aguardasse no local, pois a viatura estaria a caminho.

Voltei ao hospital para ver a situação do meu pai e avisar que a polícia estava a caminho. Depois de aguardar por aproximadamente 15 minutos, ainda sem atendimento, minha irmã resolve levar meu pai para outro local, vez que meu pai já sentia dores fortes, diante da impossibilidade de urinar. (a dor é intensa quando uma pessoa não consegue urinar naturalmente). Quando a gente estava na porta do hospital, já saindo, chega a viatura policial. Acenei e pronta
mente vieram em minha direção perguntando o que havia acontecido. Informei ao primeiro policial militar tudo que já expliquei acima. O policial viu a situação do meu pai e perguntou para onde a gente o estava levando. Respondi que minha irmã levaria meu pai para outro posto médico. O mesmo policial pediu para acompanhá-lo até a delegacia para registrar o ocorrido. Neste momento, solicitei que fosse ouvido dos responsáveis pelo hospital o motivo do não atendimento ao meu pai. Prontamente o policial respondeu: "Perfeitamente, este é nosso trabalho!". Até aí, já se passavam aproximadamente 25 minutos sem atendimento.

Agora a situação estava entregue aos dois policiais da diligência, que indagaram a atendente sobre o caso do meu pai, perguntando sobre o responsável do hospital. Novamente a atendendente disse que não sabia quem era o responsável. Um dos policiais, sem acreditar na resposta, falou que "não era possível isso, e que alguém tinha de ficar responsável pelo hospital". A funcionária foi buscar informações e depois de 20 minutos, apareceu dizendo que o responsável era o Dr. Marco Antonio Couto, e que não se encontrava no hospital. O policial militar falou que alguém tem de responder pelo hospital, e que o hospital não pode deixar ninguém sem um responsável. O policial pediu ainda que a funcionária telefonasse para o responsável imediatamente.

Uns 15 minutos depois, apareceu o Dr. Arturo, médico que estava visitando um parente no internado no hospital, e que, chamado, se colocou à disposição para atender meu pai, mesmo não sendo sua especialidade. Solicito, Dr. Arturo foi até a recepção onde estavam os policiais aguardando. O médico explicou que não estava de serviço, mas que já pediu para contactar o responsável para responder às reclamações. Depois disso, chega o sargendo Mota, em outra viatura, responsável pelos policiais destacados ao hospital, vez que havia a possibilidade de conduzir vários funcionários para a delegacia, desconfiados de que estes estavam escondendo, omitindo ou ludibriando os policiais militares no local.


Depois de uma hora que minha irmã já tinha levado o meu pai para atendimento em outro local, um médico ou enfermeiro chamou o nome do meu pai para atendimento, foi quando eu falei que ele já tinha sido encaminhado para outro posto, vez que ali não tinha médico. Aproximadamente uns 20 minutos depois, pouco depois de meio-dia, o policial não queria mais esperar e pediu para que eu apontasse a pessoa que havia me atendido. Imediatamente informei ao policial, que, por sua vez, solicitou que a funcionária se identificasse, apresentando os
documentos. A funcionária respondeu que não iria entregar os documentos. O policial calmamente explicou: "Veja bem, eu sou um policial militar, e estou em uma ocorrência... se você se negar a se identificar e apresentar os seus documentos, eu vou prender você por desobediência e desacato. Portanto, por favor, não dificulte as coisas!" A funcionária, nervosa, entrou, e creio eu que, ou era para pegar os documentos, ou, em um ato de desespero, informar ao superior que poderia ser presa.

A situação já estava tensa, com os policiais desconfiados de estarem sendo enganados, imaginando na possibilidade de que no hospital se encontrava o responsável, mas que não queria se apresentar para fornecer os esclarecimentos de tudo que já havia acontecido. Nesse período todo, ambulância chega, novos pacientes chegam, com um movimento é intens
o de pessoas e os policiais determinados em cumprir a diligência. Porém, inconformados com a situação, um dos policiais informou que a atendente seria conduzida para a delegacia, com o objetivo de esclarecer os acontecimentos. A funcionária ficou nervosa e o Dr. Arturo perguntou aos policiais se alguém poderia acompanhá-la. Prontamente, o policial falou que ela pode ir com qualquer pessoa, e que não precisaria ir na viatura policial. No entanto, ela teria de comparer à delegacia. O próprio Dr. Arturo se prontificou a levá-la na delegacia, em seu próprio carro, acompanhando a viatura policial.

Antes disso, um dos responsáveis ligou para o celular de uma pessoa do hospital, perguntando o que havia acontecido. O policial militar se identificou ao telefone e disse que precisava falar com o responsável do hospital naquele momento. A pessoa do outro lado da linha disse que era o responsável e que havia saído do hospital às 11h30. No entanto, já começou a divergência, vez que às 11h30 os policiais já procuravam identificar o responsável pelo hospital. Ficou decidido que a funcionária iria até a delegacia prestar esclarecimentos. O que ocorreu, com a minha presença, para fazer o Registro de Ocorrência na 126ª Delegacia Policial (foto acima), confirmando tudo ao inspetor responsável pelo plantão o que havia acontecido no hospital. Deixei a delegacia depois das 13h00. O Registro de Ocorrência realizada na 126ª DP de Cabo Frio estará disponível para cópia na quarta-feira, dia 05/05/2010. O outro registro feito pelos policiais militares estará disponível na terça-feira, no 25º Batalhão de Policia Militar, no bairro Jardim Caiçara. Quando eu estiver na posse de todos os documentos, todas as medidas legais serão tomadas, evidentemente!

OBS: Quanto eu estava na delegacia, recebi o telefonema da minha mãe, no telefone celular, informando que meu pai foi atendido na Casa de Saúde próximo à rodoviária, e que estava com uma sonda para que a urina fosse retirada e que iria permanecer com a mesma por mais 06 ou sete dias.

Moral da história: Infelizmente, não posso culpar exclusivamente o atendimento do hospital, pois toda a direção tem a sua responsabilidade. O médico responsável pelo plantão faltou e não havia substituto no local. O diretor de um importante hospital da cidade de Cabo Frio se omitiu e não compareceu ao local para assumir a responsabilidade e esclarecer os fatos. Sem dúvida, é uma administração ridícula, insensata, amadora, irresponsável, covarde... miseravelmente PORCA!

Mais uma vez, MEUS SENTIMENTOS, CABO FRIO!!!

"PARA QUE O MAL TRIUNFE, É NECESSÁRIO APENAS QUE AS PESSOAS DE BEM PERMANEÇAM INERTES, CALADAS, QUE NÃO FAÇAM ABSOLUTAMENTE NADA!"
(Frase de Edmundo Burke, com adaptação. Do filme "Lágrimas do Sol", com o ator Bruce Willis)

10 comentários:

  1. Vergonha!!vergonha!! A saúde de CABO FRIO é uma vergonha!!!!

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  2. No dia 4 de junho de 2009 perdi meu pai (ele estava internado em um hospital público), ele sofreu 1 mês em um lugar em que vamos em busca de alívio pros sofrimentos e dores, porém a negligência (falta de amor) dos médicos e dirigentes é tamanha que o meu pai não suportou ficar 1 mês sem se alimentar e sempre em "dieta zero" pra fazer um exame que nunca era liberado, ao ponto de nem poder beber água, só no soro. E no dia de seu aniversário de 76 anos ele veio a falecer. É meu amigo Osmar, quem tem o "PODER" nas mãos levam seus entes queridos pros EUA ou pra "conxinxina", pra bem longe de hospitais públicos.

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  3. Isso não deu em nada????

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  4. A questão é judicial, com Ação de Indenização Por Danos Morais contra o Plano Médico e o Hospital Santa Izabel.

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  5. Prezados Osmar,
    Pelo visto, esse pseudo hospital, ou melhor "casa dos horrores" só piorou nesse período.
    Precisei internar minha esposa lá e ficamos revoltados com o tratamento recebido, que só foi possível depois de ameaças de denunciar o descaso, pois não havia médico na emergência. Pode uma coisa dessas ? Um hospital pago, conveniado ?
    Ficamos 2 dias lá, num quarto particular, com janela quebrada, cortinas idem, suporte de soro enferrujado, a equipe de enfermagem não ia no quarto nem mesmo para trocar um soro, exames vexatórios numa maca no meio da emergência, enfim, coisas absurdas e inacreditáveis, não fosse eu ter documentado com meu celular em fotos, vídeo é áudio, para posterior medidas cabíveis.
    Transferi minha esposa para a Clínica Santa Helena, onde finalmente ela pode operar e hoje passa muito bem obrigado, aproveitando para registrar meus parabéns a toda equipe da Clínica Santa Helena (limpeza, refeitório, enfermagem, recepção, centro cirúrgico, administração, etc).
    Agradeço também nosso médico, Dr. Heitor que além de um excelente cirurgião, é uma pessoa das mais nobres que já conheci. Com certeza, são profissionais como ele que fazem valer a pena acreditar em dias melhores.
    Abs e muita sorte para nós!
    Marco

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  6. Prezado Marco,
    Não permita que o tratamento ridículos que deram à sua esposa fique sem resposta. Com suas provas, faça valer seus direitos de cidadão.

    Fico satisfeito pelo atendimento que foi oferecido à sua esposa na Clínica Santa Helena, onde meu pai também já foi muito bem atendido. Graças a Deus!

    Um abraço e obrigado pela participação!

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  7. Esse Hospital é realmente uma afronta a nossa dignidade e um desrespeito a todos aqueles que precisam de atendimento. Eu sou vitima constante desse horror, inclusive, já enviei Reclamações à ANS e à UNIMED, mas de nada adiantou. Por diversas vezes fui obrigada a sair de lá para procurar atendimento na UPA, pois tenho hipertensão grave e quando chego na recepção a orientação (sempre grosseira e mal educada) é: "AGUARDE". Enquanto isso a pressão vai subindo e o risco de um AVC ou de um infarto aumentando. Eles ignoram completamente são uns ASSASSINOS e mandam no Municipio. A solução seria uma AÇÃO PÚBLICA junto ao Ministério Público. Temos que nos unir pois estão colocando nossas vidas em risco.

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  8. vergonhosa a saude de cabo frio.
    A unimed tinha que se separar desse hospital mediocre.
    Até os quartos particulares são uma bomba... nao tem telefone no quarto , nao tem campainha para chamar enfermeira e colocaram meu filho ainda pequeno numa cama que nao tina suportes laterais de proteçao, a criança podia cair da cama altissima a qualquer momento, quem dorme com o filho assim? Hospital pessimo e quem tem unimed só tem essa opçao..Emergencia fuja de cabo frio.

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  9. Sempre que vou ao Santa Izabel sou mal atendida pelos recepcionostas e também já reclamei na ouvidoria do hospital e nem me responderam, fui ameaçada por uma garota loira da recepção que me disse que o papai dela é delegado e que nada acontecerá com ela. Quis saber onde eu trabalhava e tudo mais! Absurdo, minha filha de 3 anos urinando sangue, chorando de dor e não faziam nada! Tive que armar um barraco! Sem contar q a emergencia está constantemente sem pediatra!
    Lamentável! Aqui é fácil morrer por falta de socorro! Uma vergonha!

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    Respostas
    1. Lamentável a situação. Quanto à intimidação feita pela funcionária, você deveria ter atravessado a rua e utilizado o telefone para chamar a polícia, no 190, que foi exatamente o que eu fiz na época.

      Com a polícia no local, você registraria todo o problema e ainda ingressaria civilmente para pedir a reparação do dano causado.

      Grato por sua participação!

      Osmar Filho.
      25/04/2012

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