O promotor de justiça, Francisco Cembranelli (foto acima, de pé) e o advogado Roberto Podval, (foto acima, sentado) que trabalharam no caso Isabella Nardoni, falecida em São Paulo quando foi jogada pela janela do prédio onde morava com o pai e a madrasta, receberão homenagens pela instituição de ensino onde cursaram Direito. A FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), criada em 1968, em São Paulo. O promotor atuou pela acusação e o advogado defendeu os interesses dos acusados Alexandre Jardoni e Ana Carolina Jatobá, que acabaram condenados a 31 e 26 anos de prisão, respectivamente.
Francisco Cembranelli, demonstrou ser um promotor centrado, simples, objetivo, e com muita tenacidade na sua atuação. Com mais de 20 (vinte) anos de atuação, chegou a ventilar uma possibilidade de aposentadoria após o julgamento do casal Nardoni. No entanto, depois de ter êxito e perceber que a sociedade apoiava o seu trabalho, resolveu rever a decisão e permanece atuando como promotor de justiça no Fórum de Santana, em São Paulo. Inclusive, na faculdade onde estudo, houve, em sala de aula, um comentário de que o referido promotor estava aproveitando a fama e aparecendo mais do que deveria, como se fosse um "Pop Star". Cheguei a defendê-lo, em sala de aula, dizendo que não tinha visto isso no julgamento, e suas aparições foram meramente para atender a imprensa, que solicitava informações e detalhes do julgamento que acabara de ser realizado, na ocasião.
Passado isso, depois o promotor foi a outros programas de TV, ou era entrevistado na porta do Fóruam onde trabalha, em São Paulo, o que é muito natural. Acontece que depois eu vi o ilustre promotor de justiça aparecendo em uma missa promovida pela morte de 05 (cinco) anos de Isabella Nardoni. Bem, isso já poderia ter sido evitado, vez que a exposição excessiva de um promotor de justiça na mídia, em situação particular, sem nada a ver com o seu trabalho, não condiz que a sua função. Neste caso, exclusivamente nessa aparição, realmente o promotor de justiça exagerou e não deveria ter se mostrado em um evento estritamente particular para a família. De qualquer forma, sua atuação, entrevistas, simplicidade e respostas objetivas a tudo que lhe era perguntando lhe valem a homenagem que a instituição onde cursou Direito irá lhe proporcionar. Está de parabéns!
Quanto ao advogado Roberto Podval (foto ao lado), realmente ele pegou uma "batata quente", e o caso era muito complexo, diante do "clamor popular", que exigia praticamente a condenação dos réus acusados. Até o juri se sentiu pressionado, diante da covardia do crime, e do povo que clamava por justiça. A defesa realmente não tinha muita coisa a fazer, a não ser, desvalorizar a prova pericial. Mas isso, diga-se de passagem, não foi feito. Até tentaram, quando contrataram o perito de Alagoas, Geoge Sanguinetti, mas este começou a delirar nas hipótese de que foi cometido o crime, e prontamente foi dispensado do caso pela defesa. No entanto, a defesa do casal Nardoni esqueceu-se ou não teve condições de contratar o perito Ricardo Molina, extremamente técnico e muito conhecido no meio forente, sendo inclusive, convidado por diversas redes de televisão para elucidar um ou outro objeto, vídeo, ou situação que envolva algum crime, em análise nos programas jornalísticos.
Roberto Molina, inclusive, atuou em um programa de TV, que fazia a cobertura do caso Isabella, e, na ocasião, apresentou falhas e tendências incriminatórias no relatório da perita criminal de São Paulo, que acusava, já na perícia, o casal Nardoni. Se a defesa levasse isso ao tribunal, de forma técnica e com credibilidade, creio que poderia levantar uma dúvida maior nos jurados, e estes poderiam ficar em dúvida com a condenação do casal. Tudo muito complexo, e aqui analiso as coisas de forma subjetiva, evidentemente. Mesmo assim, a defesa ainda trabalhou muito para desqualificar a prova técnica, embora não tenha sido tecnicamente perfeita, e apenas com argumentos próprios, carente de um profissional que pudesse mostrar isso em plenário, para os jurados e o juiz que presidia a sessão, pois seria ele que iria arbitrar a pena, ou seja, o tempo que o casal ficaria preso.
Outra coisa que aconteceu e que foi lamentável, foi a agressão ao profissional que defendia o casal acusado, quando ele chegava ao Fórum para o julgamento. Roberto Podval, advogado, exercia o seu papel que deveria ser feito por qualquer outro profissional, e ele foi o contratado. Se não fosse ele, outro teria de fazer. E digo mais, poderia ser um defensor público, pago pelo estado, com o dinheiro dos contribuintes. São esses mesmos contribuintes que tentaram e conseguiram agredir o profissional que estava trabalhando, na defesa da Constituição Federal Brasileira, que determina que toda e qualquer pessoa tem direio à defesa, constituída por um advogado próprio ou defensor público. Mais do que isso, na saída do Fórum, o casal Nardoni, depois de condenados, presos em carros da polícia, tiveram de ouvir os socos que eram desferidos nos veículos que passava próximo da manifestação (foto ao lado). Ao que parece. determinadas pessoas que estavam do lado de fora do Fórum estavam cometendo um crime, quando agrediam fisicamente o advogado que exercia sua profissão com legalidade. UM ABSURDO!
A OAB prontamente repudiou a agressão realizada contra o advogado Podval, informando que o profissional não pode ser confundido com o seu cliente. Um advogado que estava comentando o caso por uma rede de televisão chegou a dizer que existiam criminosos do lado de fora do Fórum e que deveriam ser detidos para responderam pela agressão que realizavam contra o advogado que apenas exercia sua profissão normalmente. Realmente, o povo, mal informado ou querendo aparecer, exarcebaram na manifestação e perderam o bom senso, a razão. Isso é reflexo de pouquíssima informação e cultura, infelizmente. Aos profissionais que trabalharam na acusação (promotoria) e de fesa do casal condenado, meu apreço pelo trabalho realizado em defesa de democracia.
"UM POVO SEM EDUCAÇÃO É O COMO UM MANJAR SEM SAL!" (Provérbio abissínio)
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