Apesar de Vicente Yáñez Pinzón (ilustração ao lado), navegador espanhol, que chegou nas terras que hoje é denominado Brasil, em janeiro de 1500, oficialmente consta que o Brasil foi descoberto em 22/04/1500, pelo navegador português, Pedro Álvares Cabral. Então, o capitão-mor e sua expedição que descobriu o Brasil tinha ou não a verdadeira intenção de chegar aqui. Há questionamentos sobre isso, vez que há entendimento de que a descoberta foi de forma acidental. De qualquer forma, o Brasil foi descoberto. De lá para cá, muita coisa aconteceu, e outro momento marcante foi a independência do Brasil, cuja declaração foi dada pelo Príncipe Regente D. Pedro, em 07/09/1822.
Hoje o Brasil tenta caminhar para o mundo das grandes nações. Cabral descobriu aqui que havia pessoas inocentes, em virtude da nudez que mostravam. Eram os índios, que, com suas pinturas e características, mostravam ser um povo diferente de tudo aquilo que até então os portugueses conheciam. Inclusive, na carta que Pero Vaz de Caminha, escritor também português, que detalhadamente escreveu ao rei D. Manuel I sobre a terra descoberta, podemos perceber a riqueza de detalhes e o encantamento ao encontrar os habitantes que aqui já se encontravam naquela época. A redação da carta é interessante para os dias de hoje, e vou reproduzir uma parte para possamos perceber não só o encanto dos descobridores com os índios, mas também, a falta de interesse dos nativos com algumas coisas que lhes eram oferecidas. O ouro encontrado na Terra descoberta também foi mencionado. Leia:
"Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela pintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta de largura de dois dedos. Mostraram-lhes um papagaio que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pagaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora. Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhes dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do capitão, como se dariam ouro por aquilo."
Nesta Carta de Pero Vaz de Caminha, podemos transportar para o dia de hoje o pensamento de políticos que surgem de pára-quedas em cidades onde nunca estiveram, como descobridores de todos os problemas, oferecendo soluções, e para tanto, que lhes seja dado o ouro suficiente para que assim ele trabalhasse. Esse ouro é o voto da população. Assim acontecendo, o político se alegra, volta para o seu lugar de origem, e, em vez de organizar o que deve ser feito no mandato que lhe é outorgado, começa a contabilizar os lucros que terão no período do seu mandato. O oportunismo parece novo, mas tudo começou a longíquos anos.
Cansado da subordinação, o grito de independência foi dado em 1822. Nos tempos de hoje, parece que a preocupação de fazer parte da máquina pública e buscar privilégio para si próprio, faz com que esse tipo de pessoa viva em um mundo medíocre, pequeno, mostrando o egoísmo que corrói qualquer coisa boa que ainda tenha no coração.
"SE VOCÊ QUISER VIVER MISERAVELMENTE PENSE SOMENTE EM SI; PENSE NO QUE PRECISA; NO QUE GOSTA E NO RESPEITO E ATENÇÕES QUE VOCÊ QUER QUE OS OUTROS LHE DÊEM!" (Charles Kingsley)
Nenhum comentário:
Postar um comentário