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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Em mais um caso de crime, IMPRENSA e JUSTIÇA-RJ são ESPETACULOSAS e SENSACIONALISTAS

O caso do goleiro do Flamengo, Bruno, envolvido em possível homicídio contra uma mulher desaparecida, que mora em Minas Gerais, tem tomado conta da "grade" de programação de todas as emissoras de TV brasileiras. É mais um caso de um crime classificado como HEDIONDO, e com a participação de uma pessoa conhecida na mídia. Não vou entrar no mérito do crime, ou sobre o crime em si, mas, vou discorrer sobre a atuação da imprensa, que gosta de SENSACIONALISMO BARATO, mostra a qualidade medíocre do seu jornalismo, e abdica de dar outras informações importantes sobre diversos assuntos que acontecem no Brasil. A "overdose" de informações sobre o caso é impressionante. Pior do que isso é oferecer ao telespectador, informações repetidas, minuto a minuto, com único e exclusivo objetivo de verifica os números do "IBOPE", afinal de contas, DESGRAÇA ALHEIA RENDE DINHEIRO!

A atuação da imprensa neste novo caso, envolvendo mais uma pessoa conhecida da sociedade em geral, não é novidade nenhuma, vez que é uma rotina a prática desse jornalismo chulo, com o "disfarce" de informar e esclarecer as coisas. A verdade é que por trás de tudo isso está a grande disputa da audiência. Evidente que, para esse tipo de "jornalismo barato" não é necessário ter Curso Superior. A prova é que até programa de culinária, café da manhã, ou que envolve outros tipos de assuntos, começam a divulgar o fato e repetir todas as informações que acabaram de ser dadas em um telejornal que antecedeu o respectivo programa. A situação é tão absurda que tudo fica muito cansativo, mas os "âncoras" de telejornais e repórter que entrevista pessoas sobre o caso fazem o possível para chamar a atenção do telespectador, sempre com a falsa intensão de divulgar fato novo. Por exemplo, na ânsia de falar "EXCLUSIVO", uma jornalista da Record disse "EXCLUSÍVEL". Este é o preço que se paga por querer falar da desgraça alheia com tanta vontade! (acima, do lado esquerdo, o selo do FENAJ, em campanha a favor da defesa de diploma obrigatório para os jornalistas)

Para mostrar que a imprensa não quer informar sobre outros acontecimentos quaisquer, um outro crime, cometido contra uma criança, por uma procuradora de justiça aposentada, acabou de receber uma sentença (a procuradora foi condenada a oito anos e dois meses de reclusão, em regime fechado, por crime de tortura contra criança de dois anos, que estava sob sua guarda provisória). No entanto, a imprensa limitou-se apenas a informar que para a sentença aplicada cabe recurso. Não informou mais nada, nenhum outro detalhe sobre a sentença e como denunciar casos como o que ocorreu. Não buscou informações para saber se a resposta da Justiça foi rápida ou não, com a sentença aplicada, enfim, absolutamente mais nada foi divulgado sobre o caso que também foi muito grave, e envolvendo uma criança. A informação tem que ser dada exclusivamente para esclarecer o caso, sem qualquer tipo de sensacionalismo.

Agora, o que mais chama a atenção sobre o caso do goleiro, é a participação da JUSTIÇA em querer divulgar os fatos na internet, nos "sites" oficiais. O Ministério Público-RJ e o Tribunal de Justiça-RJ, divulgaram em seus respectivos portais na internet a situação do caso, como se fosse o único caso criminal que acontece no Rio de Janeiro. A divulgação da prisão preventiva decretada contra Bruno, divulgada na internet pelo Ministério Público, atrapalhou a prisão do acusado, dando oportunidade para ele se esconder e prejudicar as investigações de alguma forma. Muito irritado, um delegado Civil de Minas Gerais, que comandava as investigações, quis saber qual foi o motivo da divulgação da decretação da prisão por parte da Justiça do Rio de Janeiro. Bem, pela postagem realizada no "site" do Ministério Públido-RJ, é possível chegar a conclusão, que pode ter sido uma PROPAGANDA para o Ministério Público, diante do título da postagem, que foi a seguinte: "DECRETADA, A PEDIDO DO MPRJ, A PRISÃO DO GOLEIRO BRUNO". No entanto, o mesmo portal do Ministério Público-RJ não divulga tantos outros casos que acontecem no Rio de Janeiro e que precisam da mesma atenção. Ou seja, o Ministério Público foi contaminado pela imprensa, e agora faz propaganda de suas atuações, sem qualquer sentido lógico ou prático. Aliás, a divulgação só serviu para que o goleiro Bruno soubesse da sua prisão e se escondesse. Isto é um tipo de serviço que a sociedade não quer do Ministério Público-RJ. E quem vai chamar a atenção do MP-RJ?! Quem tem essa coragem?!

Enquanto tem tempo para fazer propaganda em "sites" oficiais, falta tempo para agir em vários outros casos, inclusive, aqui em Cabo Frio, onde o atendimento à população é precária e não tem qualquer satisfação. Nesta semana mesmo, fui ao Ministério Público da Tutela Coletiva para falar com o promotor criminal, mas não tive a oportunidade de encontrá-lo em seu gabinete. Fui atendido por uma secretária, que, ouvindo o caso, tentou emitir uma opinião pessoal, sem eu entender o objetivo disso. Falei, educadamente e diretamente para ela, o que eu penso sobre o assunto grave apresentado, discordando completamente dela. Acontecem casos em Cabo Frio onde sequer o Ministério Público toma conhecimento, e quando a informação chega, determinado(a) funcionário(a) quer "despachar", como se fosse o(a) "DONO(A) DA VERDADE". O que acontece com a JUSTIÇA no Rio de Janeiro é uma VERGONHA, com falta de respeito pelas pessoas, sem ter consciência da importância de determinado trabalho para a sociedade. A questão, para determinadas pessoas, é fazer concurso público, ser aprovado, e viver das regalias que o concursado tem. Mais nada interessa a esse tipo de pessoa. Aliás, a sociedade não precisa desse tipo de profissional! Essa é a CULTURA NEGATIVA que se alastra Brasil afora!

"A MAIS HONROSA DAS OCUPAÇÕES É SERVIR O PÚBLICO E SER ÚTIL AO MAIOR NÚMERO DE PESSOAS!" (Michel de Montaigne)

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