E Drummond disse: 'As Mulheres são Fantásticas!'

Carlos Drummond de Andrade, na sua sabedoria, escreveu diversos poemas, muitas verdades, e teve um carinho especial com as mulheres. Costumada a ouvir que é "o sexo frágil", elas, cada vez mais provam que de "frágil" não têm nada. O mundo está em mudança, e a mulher faz parte de tudo isso. Com atitude, com perseverança, amor, coragem, paciência, abnegação, sensibilidade e muita... muita... muita FÉ, elas conquistam o espaço que sempre foi delas, mas que ainda não era reconhecido. Vejam o que resolveu escrever o poeta brasileiro Drummond:

AS MULHERES SÃO FANTÁSTICAS! 

"A mãe e o pai estavam assistindo televisão quando a mãe disse:

▬ Estou cansada e já é tarde, vou me deitar!!!

Foi à cozinha fazer os sanduíches para o lanche do dia seguinte na escola, passou água nas vasilhas das pipocas, tirou a carne do freezer para o jantar do dia seguinte, confirmou se as caixas de cereais estavam vazias, encheu o açucareiro, pôs tigelas e talheres na mesa e preparou a cafeteira do café para estar pronta para ligar no dia seguinte.

Pôs ainda umas roupas na máquina de lavar, passou uma camisa a ferro, pregou um botão que estava caindo. Guardou uma peças de jogos que ficaram em cima da mesa, e pôs o telefone no lugar. Regou as plantas, despejou o lixo, e pendurou uma toalha para secar. Bocejou, espreguiçou-se e foi para o quarto. Parou ainda no escritório e escreveu uma nota para a professora do filho, pôs num envelope junto com o dinheiro para pagamento de uma visita de estudo e apanhou um caderno que estava caído debaixo da cadeira. Assinou um cartão de aniversário para uma amiga, selou o envelope, e fez uma pequena lista para o supermercado, colocou ambos perto da carteira.

Nessa altura, o pai disse lá da sala:

▬ Pensei que você tinha ido se deitar.

▬ Estou a caminho - respondeu ela. Pôs água na tigela do cão e chamou o gato para dentro de casa. Certificou-se de que as portas estavam fechadas. Passou pelo quarto de cada filho, apagou a luz do corredor, pendurou uma camisa, atirou umas meias para o cesto de roupa suja e conversou um bocadinho com o mais velho que ainda estava estudando no quarto. Já no quarto, acertou o despertador, preparou a roupa para o dia seguinte e arrumou os sapatos. Depois lavou o rosto, passou creme, escovou os dentes e acertou uma unha quebrada. A essa altura o pai desligou a televisão e disse:

▬ Vou me deitar.

E foi. Sem mais nada."

"NÓS MESMOS SENTIMOS QUE O QUE ESTAMOS FAZENDO É APENAS UMA GOTA NO OCEANO. MAS O OCEANO SERIA MENOR SE FALTASSE ESSA GOTA." (Madre Teresa de Calcutá; missionária católica albanesa, 1910-1997)