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sábado, 13 de abril de 2013

► Geraldo Vandré e o 'HINO' que foi 'SÍMBOLO' para o POVO contra a DITADURA.

AÇÃO!
Neste final de semana (13 e 14/04), em destaque no blog, algumas músicas dos FESTIVAIS de MPB que fizeram grande sucesso. O destaque fica por conta do cantor Geraldo Pedroso de Araújo Dias (1935), que ficou conhecido com o nome artístico GERALDO VANDRÉ, sendo este segundo nome, uma abreviatura do nome do pai (Vandregísilo). Nascido em João Pessoa, na Paraíba, Geraldo Vandré é advogado, mas se tornou em um dos maiores cantores e compositores brasileiros. Em 1951 foi para o Rio de Janeiro, onde formou-se em Direito na Faculdade Nacional de Direito, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, formando-se em 1961. Militante estudantil, também fez parte de movimentos da UNE (União Nacional dos Estudantes).

"Pra não dizer que não
Falei das Flores"
Em 1966, já no Festival de Música Popular Brasileira (MPB), a música "Disparada", de sua autoria, chegou na final daquele ano com interpretação do cantor Jair Rodrigues. A canção ficou com o 1º lugar ao lado de "A Banda", composição de Chico Buarque. E em 1968, no ginásio do "maracanãzinho", no Rio de JaneiroGeraldo Vandré participou do momento épico dos Festivais, com a música "Pra não Dizer que não Falei das Flores", conhecida popularmente pelo nome "Caminhando". E o sucesso desta música acabou se tornando um "HINO" de resistência civil do movimento estudantil que fazia oposição à ditadura militar, sendo a música censurada.

Geraldo Vandré em momento
histórico de 1968
No entanto, apesar do grande sucesso junto ao público, a canção "Pra não dizer que não Falei das Flores" ficou em 2º lugar, perdendo para "Sabiá", composição de Chico Buarque e Tom Jobim. Com isso, surgiu o momento histórico daquele festival de 1968: a música "Sabiá" foi vaiada pelo público presente, que gritava e exigia o 1º lugar para a música de Geraldo Vandré. Claramente na gravação, Geraldo Vandré tentou persuadir ao público a aceitar o resultado dos jurados, não concordando com as vaias. Geraldo Vandré pediu, inclusive, respeito com Tom Jobem e Chico Buarque, tentando sensibilizar a plateia. O público continuou vaiando e gritando "é marmelada... é marmelada...". Por fim, Geraldo Vandré se rendeu e antes de cantar a sua música, falou ao povo: "Gente, a vida não se resume em Festivais". Por fim, começou a dedilhar o violão e cantou a música que fez tanto sucesso no Festival de 1968. O público aplaudia em cada estrofe da música. Existe o áudio do momento histórico, mas das imagens não se tem notícia. 

Todo o acontecimento histórico aparece em áudio na música que toca automaticamente no blog neste final de semana e no vídeo abaixo para quem quiser ouvir depois.

Após a censura da música, a cantora Simone foi a primeira a interpretar a música "Pra não dizer que não Falei das Flores".


"Pra não dizer que não Falei das Flores"
Geraldo Vandré
2º lugar em 1968



"Escrito nas Estrelas"
Tetê Espíndola
1º lugar em 1985



Abaixo, um vídeo com reportagem com as músicas cantadas em 1968 e em outros anos de Festivais. Reportagem com Beth Carvalho e Milton Nascimento, dentre outros artistas. Destaque para o momento histórico que Tom Jobim e Chico Buarque foram vaiados, porque o público queria a música de Geraldo Vandré como vendedora:




"VEM, VAMOS EMBORA QUE ESPERAR NÃO É SABER; QUEM SABE FAZ A HORA, NÃO ESPERA ACONTECER." (Refrão da música "Pra não dizer que não Falei das Flores", de 1968, de Geraldo Vandré; sucesso absoluto)

4 comentários:

  1. Osmar

    Realmente, esses vídeos são relíquias e nos reporta a um momento muito importante da vida política e social do nosso país.

    Parabéns pela postagem e que fique pra nós a lição de não esmorecermos e continuarmos lutando e não delegando a outros decisões importantes para a cidadania do povo brasileiro.

    Abraço e sucesso.

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    Respostas
    1. Obrigado, professora Abigail!

      Sim, os vídeos são relíquias e o momento histórico também contrasta com a INÉRCIA do POVO hoje, diante de tudo que acontece neste País chamado Brasil.

      Um abraço!

      Osmar Filho.
      14/04/2013

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  2. Não tenho nada a favor da Ditadura mas tenho muito pena de quem lutou e entregou a sua vida para hoje termos um país liderados por corruptos que fazem ainda mas mal que os militares...

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    Respostas
    1. Infelizmente, é isso que acontece, com a conivência do próprio POVO.

      Osmar Filho.
      14/04/2013

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